terça-feira, 17 de maio de 2011

greNAL



Que greNal de pura emoção um verdadeiro greNAL...

O que moveu várias emoções levando nossos corações a extremos .

Eu sempre acreditei que poderíamos reverter o resultado, que teríamos condições de sair do Olímpico com a taça na mão, bastava concentração e determinação no que todos queriam.

Confiei nos jogadores ate o fim.

Tomamos um gol e recebi uma certa mensagem que fiquei chateada , mas o que realmente importava era o que eu sentia e sabia que “não esta morto quem peleia ...”

Falcão mudou o nosso Internacional e as coisas mudaram, não que o Juan estive se jogando mal, mas porque o time estava todo fora do lugar , não se achava em campo com a entrada do Zé Roberto o Inter estava com mais um atacante, D’alessandro voltou para seu lugar, aproximando junto com o Andrezinho, para próximo dos atacantes, mudando a cara do Inter, não demorando muito para que Damião fizesse o primeiro gol do Inter.

Mas eu queria mais um gol, não era o suficiente precisávamos de mais 2 ou para tranqüilizar mais 3...

Quando vi o Andrezinho atirado no chão demonstrando muita dor, meu tio me olhou e disse ai o Andrezinho, meu coração se apertava algo me dizia ele se levantaria e faria o seu, antes de sair de campo ...

Dito e feito! André com toda a sua qualidade pegou a sobra de fora da área e chutou..... Gooooooooooooooooooooooolllllllllllllllllllllllllllllll

Naquele momento não sei dizer tudo o que se passou na minha cabeça, meus olhos se encheram de lágrimas e não demoraram muito para cair, era muita emoção, ver um gol do meu ídolo machucado, um exemplo de guerreiro.

Por fim o primeiro tempo acaba, sentia que o André não voltaria para o campo, via nele muita dor apesar de estar com um lindo sorriso estampado naquele rosto, foi surpreendente vê-lo voltar para o segundo tempo, mas logo quando ele correu percebi que teria que sair. Quando saiu, seu rosto transmitia dor , felicidade, e vontade de estar em campo tudo ao mesmo tempo, nesses momentos a vontade de vencer é muito maior que a dor .

Mais tarde saiu o terceiro gol em uma bela jogada do Zé Roberto, o mesmo recebe um pênalti, o qual originou o gol de D’alessandro, naquele momento o titulo era nosso, mas o destino nos pregava mais um gol do grêmio , uma confusão dentro da área, para muitos o Renan errou, ao meu ver não foi um erro foi algo que acontece com qualquer goleiro em choque com outro jogador...

Quando aquela bola entrou meu coração disparou estávamos indo para os pênaltis e dessa vez era “o tal Victor, o tal goleiro de seleção” mas pensei: “Nós temos o Renan e bons batedores...”

Fim do jogo, coração a mil, e lá vamos nós para as cobranças de pênaltis cada gol cada defesa do Renan era só vibração...

Resultado Renan defendeu 3 pênaltis e Vitor 2 ...

O goleiro que quiz intimidar nossos jogadores...

Acabou! Somos Campeões! Eu só queria sair e comemorar, passei uma semana quieta escutando que íamos perder que jamais iríamos reverter esse resultado, que não tínhamos time, mas eu como boa colorada acreditei em todos aqueles que nos representam...

Peguei minha camisa coloquei em cima de uma básica e saí para o centro ...

Pulei, cantei, gritei chorei... Nos 15 graus da noite de Panambi, me vejo s com a camisa do Ínter suando ... Nem parecia 15 graus ... Nem percebi o tempo passar e a temperatura cair ainda mais ... O que hoje de manhã me rendeu uma boa dor de garganta mas não me arrependo de nada ...

Não posso esquecer de parabenizar todos os nossos jogadores por não terem desistido, por terem ido até o fim de cabeça erguida, não ficaram respondendo nenhum gremista fora das 4 linhas mas deram a resposta dentro de campo.

Quero parabenizar todos os jogadores que muitas vezes contestados, tiveram toda a concentração em campo e principalmente batendo o pênalti.

Não posso esquecer do Renan que passou por várias situações difíceis nesse ano, mas sempre se manteve firme e forte ...
Ao Nei, kleber, Bolívar, Índio, Zé Roberto que muitas vezes foram criticados , e muitas vezes eu mesma critiquei o Zé Roberto e ao Índio hoje estou aqui para parabenizá-los.

E claro não vou esquecer do Andrezinho Guerreiro , nosso Guerreiro de Èbano que mesmo machucado fez o gol dele, e não se deixo dominar pela dor ...

Por fim obrigado a TODOS OS JOGADORES E A TODOS AQUELES QUE COLABORARAM COM ESSE TITULO...

VOCÊS SÃO VERDADEIROS GUERREIROS!

Maiquele Wegener – Panambi/RS

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Vida Segue...

E no final do jogo, já de costas para o campo, recostada à mureta, local onde costumo “pelear” vejo a torcida indo embora...

Eram rostos incrédulos, pessoas cabisbaixas, gente gritando, xingando, querendo briga...

E nossa turma ali, sem saber o que dizer, porém um abraçado ao outro, como quem diz: “Ninguém está sozinho!”

È quando vejo em meio á massa vermelha que ali passava um rosto em lágrimas, um menino de aproximadamente 10 anos. Me vi naquele rosto.

Ele chorava uma derrota, uma desclassificação, uma decepção, assim como eu quando tinha sua idade.

Mesmo sem conhecê-lo, passei a mão em seu rosto, pensando que aquela tristeza já vivi diversas vezes, mas que aprendi com as derrotas a ser mais forte, a levantar a cabeça e seguir em frente, a amar e lutar ainda mais pelo meu clube.

Espero sinceramente que aquele menino também aprenda que a vida não é feita somente de vitórias, é feita de derrotas e aprendizado...

Em relação às minhas emoções, choro muito, porém muito mais nas vitórias do que nas derrotas.

Meu instinto é mostrar-me forte diante dos que são menos contidos, apesar de sangrar por dentro...

Ontem foi uma dia atípico...

Nossa mureta estava “desorganizada” o sentido de cada um assistindo ao jogo em um local diferente. Nossa distribuição estava diferente...

Além disso, cheguei correndo ao Gigante, quase no início do jogo, diferente de todas as outras vezes...

Passei pelo túnel de acesso à social e mal consegui me concentrar para minha oração de agradecimento por estar ali, mal consegui conversar com Deus e pedir, se fossemos merecedores, mais uma vitória...

São crenças, rituais de cada um, e quem não tem?

Foi tudo diferente.

Perder não é comum, temos um time acostumado a nos pregar peças, mas que no final transforma a apreensão e o medo em um grito de gol e muita alegria.

Diferente de muitos outros torcedores, de outros clubes, atualmente somos acostumados com vitórias, sem contar é claro com a derrota do Mundial 2010 que nunca sairá de nossa lembrança.

A noite de ontem ficará na história, não somente por nossa desclassificação, mas também pela desclassificação de vários times brasileiros dessa que é uma das mais importantes competições...

Mas nossa turma continua reunida, cada um juntando seus restos, cada um superando sua dor, cada um à sua maneira, porém unidos, amigos, fiéis torcedores do Sport Club Internacional e isso é o que importa.

Nosso clube nos deu títulos e também nos deu o privilégio de formarmos um grupo de AMIGOS, e isso não tem preço...

Ontem nossa mureta estava lotada de amigos, isso tem um valor imensurável aos meus olhos... Nosso grupo cresce a cada jogo, são forças que se unem a cada batalha...

Hoje estamos magoados, mas certamente, em momento algum deixaremos de crer em um amanhã melhor, de muitos sorrisos, de abraços e comemorações...

Porque nossa história com o Inter não acaba em uma desclassificação pois é algo sólido, um amor feito de doação , respeito e orgulho.

E no domingo estaremos novamente no Gigante, apoiando Nosso Inter, no mesmo local, entre as mesmas pessoas, superando a noite de ontem e mostrando que Um Grande Amor Não Acaba Assim...

Lu Lima

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Renasce Um Gigante...

Confesso que há algum tempo tinha algumas restrições ao comportamento desse menino em relação a alguns torcedores.

Posso estar equivocada, mas eu o achava mais sério com alguns do que com outros...
Também tem minha parte de adoração pelo Guardião Lauro, que desde a final da Sulamericana de 2008 acompanho a cada lance...

Mas o divisor de águas no meu sentimento por Renan, que nunca deixou de ter muito respeito foi infelizmente a morte de sua mãe.

Eu cheguei ao treino em um sábado pela manhã e não haveria treino em função do velório. Acompanhei duas amigas, Vanuza e Roberta ao velório. Não era porque haviam até então algumas diferenças que eu deixaria de sentir pela perda do atleta do Meu Inter...

Chegamos lá e haviam parentes, amigos, jogadores e nós, as únicas 3 torcedoras.
O menino, nem preciso comentar o quanto estava acabado.

Deixamos todos conversarem com ele, nos reservamos e numa ocasião, fomos abraçá-lo.
Ele nos olhou com carinho, como que um reconhecimento por termos ido até lá prestar nossa solidariedade naquele momento difícil.

Daquela hora em diante, em todas as vezes que fui ao vestiário do Gigante o vejo, o sinto diferente.

Ele não esqueceu, me olha no olho, é carinhoso. Parece que foi necessário aquela perda para que nós dois crescêssemos...

Eu como torcedora e como pessoa também em conseguir enxergá-lo como o ser bacana que é e ele, como atleta, como alguém que recebe e valoriza carinho.

Um dia, quem sabe, eu ainda consiga ter um momento reservado com Renan. Eu sou humana, aprendi com a vida a ser humilde e não pensarei duas vezes em confessar ao menino que haviam essas diferenças e que agora, tenho por ele um carinho enorme e mais nenhuma restrição. E quem sabe pedir desculpas pelo meu julgamento, quem sabe equivocado...

Todos podem estar pensando que escrevo isso agora, porque Renan foi um Gigante na decisão de ontem, mas quem convive comigo já deve ter percebido que, Renan passou a ter muito mais respeito de minha parte e mais reconhecimento.
Pois é, eu o vejo com outros olhos e agradeço à sua mãe por ter me mostrado a pessoa querida que é seu filho...

Agora, olhando por outro ângulo, sei que Renan aprendeu com a perda, se tornou mais humilde, usou “as pedras do caminho” para ser alguém ainda melhor como pessoa, como profissional.

Ele achou uma fórmula de superar, porém nunca esquecer a perda da mãe, mergulhou no trabalho e superou a si mesmo... Renan hoje é um profissional mais focado, um goleiro mais seguro...

Ontem tivemos o privilégio de vê-lo fazendo belas defesas e defendendo um pênalti que foi importantíssimo na superação daquela partida que estava se tornando um pesadelo...

Meu pavor na tarde de ontem era de perder um jogo a nosso maior rival dentro de nossa casa, isso para mim, como Colorada é inadmissível. Lá é nossa casa, nós é que mandamos representados pelos guerreiros que vestem nossa camisa alvirrubra.

Ontem foi um dia de muito choro...

Chorei de pavor, chorei de alegria, chorei em pensar no que se passava pela mente de Renan, chorei lembrando do semblante de paz que sua mãe apresentava na ocasião em que à conheci, infelizmente, no dia de sua despedida.

Mas ela não se foi, ela está e sempre estará presente dentro dos gramados em que Renan pisar...

Peço humildemente a Deus que me conceda a chance de aprender como fez Renan, e me conceda o privilégio de vê-lo crescendo e tornando-se cada vez mais Um Gigante como o que eu assisti ontem defendendo Nosso Inter.

E que aquele abraço de final de jogo fique na memória de Renan, porque da minha, jamais sairá...

Lu Lima